SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Desafios
da educação para alcançar a Sociedade do Conhecimento

No final da década de 70
surgem as primeiras manifestações quanto a uma nova sociedade, baseada no poder
da informação. Mas é somente na década de 90, com o surgimento da internet e
das tecnologias da informação e comunicação que aparece o termo Sociedade da
Informação, o qual é adotado nas reuniões da Comunidade Europeia, pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, pelo Banco Mundial e
pela ONU.
A Sociedade da Informação é a
presente, na qual se reconhece que “a
geração, o processamento e a transmissão da informação tornam-se fontes
fundamentais de produtividade e poder. Estando a informação no cerne das
discussões”, segundo Castells (1999 apud
DZIEKANIAK; ROVER, 2011).
Seguindo o entendimento de
Castells, de que a geração, o processamento e a transmissão da informação são
base da produção de riqueza e de poder, as Nações que a detêm, normalmente as
mais ricas, controlam a sua disseminação, isolando e afastando ainda mais as
nações periféricas e dentro da própria sociedade quem detêm a informação forma
uma “elite”.
Há muita informação
disponível, especialmente através das TICs (tecnologias da informação e
comunicação), porém, nem toda ela de qualidade, eis que como mencionado
anteriormente, não há interesse na disseminação de toda e qualquer informação,
especialmente quanto àquelas que podem produzir riqueza.
De outro lado, em que pese os
aspectos negativos da Sociedade da
Informação, como o aprofundamento da distância entre os países mais
desenvolvidos e os menos desenvolvidos, esta é imprescindível para que se possa
alcançar a chamada Sociedade do Conhecimento, sociedade esta, capaz de obter a
informação (encontra-la e compreender se é fidedigna ou não), interpreta-la,
transforma-la e aplica-la, na “construção
de um mundo, de uma sociedade mais saudável do ponto de vista econômico e
social, que possa desfrutar de uma melhor qualidade de vida” (Lucci, 2000 apud DZIEKANIAN; ROVER).
Então, não basta o acesso a
informação, é preciso que as pessoas sejam críticas em relação as informações
que recebem de forma a produzirem conhecimento, não se limitando ao consumo das
mesmas de forma padronizada.
É neste ponto, que a educação
se torna essencial, para formar as pessoas que constituirão a Sociedade do Conhecimento,
mas para isso também será necessário vencer enormes obstáculos.
Para Clara Coutinho e Eliana
Lisboa (2011),
“para que a sociedade da informação possa ser
considerada uma sociedade do conhecimento é imprescindível que se estabeleçam
critérios para organizar e selecionar as informações, e não simplesmente ser
influenciado e ‘moldado’ pelos constantes fluxos informativos disponíveis: ‘A
dinâmica da sociedade da informação requer educação continuada ao longo da
vida, que permita ao indivíduo não apenas acompanhar as mudanças tecnológicas,
mas sobretudo inovar’ (Takahashi, 2000, p. 7). Nestes novos cenários, a
integração curricular das TIC pode contribuir significativamente para que sejam
usados, nos espaços formais de educação, estratégias pedagógicas inovadoras e
significativas tanto para o aluno como para a comunidade, o que implica apostar
na formação pedagógica e tecnológica dos docentes, seja inicial, seja
contínua”.
Além da escola contribuir para
a formação de indivíduos capazes de interpretarem as informações, deve promover
o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a
criatividade, além é claro de desenvolver a responsabilidade do indivíduo pelo
seu próprio aprendizado, uma vez que, estando a Sociedade do Conhecimento em
constante desenvolvimento, aquele não pode considerar a sua formação encerrada
no momento em que conclui o ensino regular.
Diante do que estudamos não há
como não se deslumbrar diante da nova Sociedade do Conhecimento, na qual as
diferenças econômicas entre os países mais ricos e os mais pobres será
abrandada, uma vez que, como já mencionado a informação tem o potencial de produzir riqueza.
Ainda, as pessoas que
constituem essa nova sociedade são mais sábias, mais críticas, mas criativas,
capazes de conhecerem novas culturas e respeita-las e aprender com elas, o que
também modifica a forma elas se relacionam entre si e com o restante do mundo,
adotando comportamentos mais éticos.
Porém, ainda não atingimos
este ponto e para alcança-lo, são necessárias políticas públicas, que forneçam
condições de acesso a informação, por qualquer meio, tendo em conta que muitos
não têm qualquer acesso a ela, no mundo inteiro, seja devido ao isolamento
geográfico, econômico ou social.
É imprescindível ainda que a
informação disponibilizada seja de qualidade, pois que em época de redes
sociais e falta de instrução das pessoas quanto aos locais de busca, a
informação é muito superficial e inapropriada para a produção de conhecimento.
Políticas públicas que
invistam em melhor infraestrutura educacional, disponibilizando equipamentos, softwares, jogos, investindo em currículos
escolares que desenvolvam nos estudantes a criticidade, a capacidade de
aprenderem e apreenderem e a criatividade, além do conteúdo básico para que ao
receberem a informação, possam transforma-la, inovando e produzindo
conhecimento.
A preparação de professores
para essa nova modalidade de ensino, na qual o professor deixa de ser o ator
principal, para se tornar um mediador do conhecimento e que exige a utilização
das tecnologias da informação e comunicação, alargando os espaços de ensino e
aprendizagem e aproximando-se mais da realidade.
REFERÊNCIAS
DZIEKANIAK, Gisele; ROVER,
Aires. Sociedade do conhecimento:
características, demandas e requisitos. Revista de Informação – v. 12, nº
5, out/11. Disponível em http://egov.ufsc.br/portal/conteudo/artigo-sociedade-do-conhecimento-caracter%C3%ADsticas-demandas-e-requisitos.
Acesso em: 21 Ago 17.
COUTINHO, Clara; LISBÔA,
Eliana. Sociedade da informação, do
conhecimento e da aprendizagem: Desafios para educação no século XXI. Revista
de Educação, vol. XVIII, nº 1, 2011, p. 10.
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